26 de março de 2014

Dizem que hoje é o Dia Mundial do Chocolate


E eu sem saber já comemorei com um belo bolo de caneca. 

Meco



Estive a ver mais uma reportagem sobre a tragédia do Meco e não entendo como é que a protecção do COPA é mais importante que a vida de seis pessoas.
Porque é que as pessoas lunettes têm a mania de tirar os óculos para verificarem se estão a ver realmente bem?!

24 de março de 2014

A arte de abraçar

Cá e lá, cá e lá! Ando sempre cá e lá (a vida faz destas coisas) e entre os momentos do cá e do lá há uma coisa que nunca escapa, o belo do abraço. Posso estar fora meses, duas semanas, uma, até três dias, mas quando volto há sempre a porra do abraço com quem tem de haver e dei por mim a quase não dar por isso, como quem não dá pelas horas passar. O certo é que sabe-me tão bem! É mágico. É mágico quando sentimos o nosso coração ao mesmo tempo que o de alguém a quem damos um abraço. A vocês não sei, mas a mim faz-me de tal maneira bem à saúde, é como se um suspiro de paz entrasse por mim a dentro. Abraçar alguém leva-me a uma dimensão diferente do 'sentir', não sei explicar que dimensão seja essa, mas é, de facto, mágico. Um bom abraço demonstra a facilidade de dar e receber que tanto nós tentamos ignorar nos nossos actos egoístas, demonstra a sensibilidade para o sofrimento que escondemos entre os sorrisos por conveniência e ainda, a nossa disponibilidade para a alegria e ternura que nos passa ao lado entre coisas e coisinhas. Abraçar alguém é como dizer ''Estou aqui, de coração aberto''. O que implica aceitar ser rejeitado, mal interpretado...correr esse risco. É no acto de abraçar que descobrimos o verdadeiro valor da partilha, é no correr o risco que nos despimos completamente para alguém. Para mim, abraçar é um dos maiores actos de intimidade, de respeito por outra pessoa, num abraço eu coloco toda a minha compreensão, atenção, solidariedade, num abraço eu exalto todos os meus sentidos e sentimentos, num abraço eu digo 'eu amo-te da forma que preciso amar'. Claro, que não estou a referir aqueles medíocres abraços sociais, falo de abraços em que duas pessoas se tocam mesmo, por fora e por dentro. Falo de abraços que saem de cá de dentro sem que os travemos. Falo de abraços que se expressam como amor que existe em nós. Falo de abraços que «são como foguetes capazes de fazer despertar moribundos, fazer levantar preguiçosos da cama. São explosões de vida».

19 de março de 2014

Não acredito em bruxas, mas que as há, há #2

E o telemóvel também morreu.

Feliz dia do pai

Pai, seria suposto escrever-te o quão maravilhoso és, que és o melhor pai do mundo, mas ambos sabemos que isso não é verdade, ambos sabemos o quão difícil é a nossa relação, mas és o meu pai e esse título ninguém to tira. Não sei se sabes, não sei sequer se alguma vez tiveste noção do quão me desiludiste, no quão chateada me fizeste ficar com a vida. Não sei se algum dia percebeste que eu exigia muito de ti e tu ficaste completamente aquém das minhas expectativas. Eu nem sequer sei quem tu és. Sempre foste tão ausente da minha vida, mesmo quando estavas presente, que é como se não te conhecesse. Para mim és memórias de uma criança que ansiava a tua vinda. És a imagem de uma África encantada dos meus sonhos, quando eu ainda nem sabia onde raio ficava essa terra para mim mágica. És a pele queimada da minha infância. És as camisas cheias de cor que eu avistava vir ao fundo da rua, como se dum nevoeiro aparecesses. És os gritos a cada golo do nosso Sporting. E apesar de toda a ilusão que eu criei à tua volta se ter desmoronado, hoje eu sei que a culpa não é só tua. Hoje eu consigo compreender o porquê de tu seres como és e em como isso afectou a nossa relação. Hoje eu respeito as tuas escolhas mesmo que não concorde com elas, porque eu hoje compreendo que antes de seres pai, és homem e que esta coisa de seres pai não me dá a legitimidade para julgar o teu modo de vida. Hoje eu sei que para construir algo são precisos dois e que se eu nunca dei o primeiro passo, também não te podia culpar por nunca teres dado. Apesar da comunicação não ser o nosso forte, eu sei que me amas, à tua maneira é verdade, mas amas e isso ultrapassa quaisquer ressentimentos que possam existir. A forma como te vejo mudou e hoje eu sinto o teu esforço para que a nossa relação resulte. Apesar de nem sempre teres sido o melhor pai do mundo, eu vejo nos teus olhos que te arrependes, mesmo que nunca o tenhas expressado e nem precisas. A nossa relação é mesmo assim, sem falas, sem desculpas, sem declarações de amor e eu aprendi a aceitar isso. Aprendi a ler-te, a encontrar em ti a tua preocupação por mim, a entender o esforço em seres um melhor pai, a ver o amor que muito à tua maneira me dás. Hoje sou eu que me sinto culpada por nunca ter tentado mais, por ajudar a criar esta barreira que nos separa, por nunca me ter esforçado para saber mais de ti e de todas as tuas maravilhosas histórias desse continente para mim sempre mágico. As coisas mudaram, a nossa relação está a mudar e isso é muito mais importante para mim do que seres sempre o melhor pai do mundo. Porque é fácil ser-se sempre um bom pai, difícil é cair na real e fazer algo por mudar as coisas, deixar a mágoa para trás e voltar a construir o que tinha sido destruído. Hoje, eu só quero ter tempo suficiente para conhecer todas as tuas histórias, para voltar a conseguir abraçar-te, para ganhar intimidade contigo, para te conhecer realmente. 
Nem sempre foste o melhor pai do mundo aos meus olhos, apesar de na verdade o seres, mas és o meu pai e esse título ninguém to tira. 

Desculpa por não ser a melhor filha do mundo. 


18 de março de 2014

Locais onde a Maria gostava de estar #1



O maior deserto de sal do mundo. Fica na Bolívia e aposto que o meu querido zé-ninguém era já o primeiro a ir, não tivesse ele ficado completamente encantado com as minas de sal da Polónia. 

Pequenas partilhas.

Apetece-me viajar. Pegar num jipe e ir ali até à Ásia e voltar. Ou comprar um bilhete de comboio para a fornada que esteja a sair. Ou mesmo agarrar-me a um avião e ir até Terras Africanas. Apetece-me sentir as emoções que as viagens nos proporcionam. A sensação de que estou em rumo a uma terra que não conheço, a pessoas que nunca vi, a culturas diferentes da minha, é maravilhosa. Aliás, é bem mais que maravilhoso. Sentir um ar que é diferente do de Portugal, cheirar o cheiro que é diferente do de Portugal, ouvir os sons que são diferentes dos de Portugal. 
Observar, sentir, absorver aquela cultura, aquelas pessoas, aqueles pensamentos. Ah, como é bom. Fechar os olhos e sentir tranquilidade, enquanto tudo à volta é um turbilhão de movimentos. Fechar os olhos e sentir o quão pequenos somos num mundo que é tão rico em história, cultura, momentos que ficaram eternos no tempo. Cada passo nos parece mágico, cada passo nos leva a uma nova aventura, a uma nova sensação. E cada passo nos deixa mais pequenos na imensidão do que já descobrimos e temos por descobrir. E, para mim, o fenomenal de tudo isto, é a partilha. É ter alguém com quem partilhar as sensações, os medos de estar numa terra que não é nossa, as descobertas, tudo, tudo... Partilhar é sem dúvida o apogeu de uma vida, seja em viagens, dentro de quatro paredes no intimo de uma vida a dois ou mesmo de uma mãe para um filho. Partilhar é o remate final das minhas histórias. Nasci para partilhar.

14 de março de 2014

Tenho pena.


Primeiro vejo que a co-adopção por casais do mesmo sexo foi chumbada, depois vejo comentários deste género «Aceitar e tolerar homossexuais é democracia. Igualá-los a heterossexuais é anarquia» e começo a achar que não estou no país certo. 

Não acredito em bruxas, mas que as há, há.

Nos últimos dias a minha casa apoderou-se de uma qualquer maleita. Já pensei em procurar patuás pelos cantos da casa, qual Jared em Sobrenatural, mas achei exagerado. Começou por ser o meu computador, o carregador começou a arder. Pus o computador de lado enquanto não comprava um carregador novo e comecei a usar o tablet que me ofereceram este natal, ESTE NATAL. Mas foi-se, do nada, sem aviso prévio, sem carta de despedida, nada. Tão novinho e já nestas andanças. Virei-me para o tablet do meu querido Zé-Ninguém e não durou nem um dia. Enquanto o usava decidiu desligar-se e teima em não acordar. Peguei num mini computador que cá temos por casa de 1799, que as teclas já nem funcionavam e que para escrever nele tinha de usar o teclado virtual, de modo a demorar um hora para cada linha que quisesse escrever, mas pelo menos conseguia jogar Candy Crush e não precisava de esperar que o meu querido Zé-Ninguém fosse dormir para jogar no computador dele. Sim, que com todas estas avarias a acontecer nas minhas mãos, o rapaz proibiu-me expressamente de tocar no seu asuszinho. Mas voltando ao mini computador de 1799, ao fim de poucos dias deixou de ligar-se à net, sem mais nem menos. Fizemos de tudo, mas nada. Embirrou que não queria e eu tenho de respeitar a ideia do bicho. Fiquei sem recursos, só me restou usar o computador do Zé-Ninguém enquanto ele não estava em casa. Usei-o, certifiquei-me que estava vivo e deixei-o tal como estava. E não é que o rapaz chega a casa, vai a mexer no computador e as teclas não funcionavam?! A sério? Isto é mesmo possível? Ouvi logo um «TU TIVESTE A MEXER NO MEU COMPUTADOR NÃO FOI?». Mas porquê? Neste momento, eu mexer nalguma coisa, significa a sua morte. Até tenho medo, senhores. Mas não pensem que acaba por aqui. Lá fui eu comprar um carregador para substituir o que ardeu. E sabem quanto tempo durou? Nada mais, nada menos que UMA hora! Ouviu-se um estrondo e puff, morreu. Já o fomos trocar e cá por casa faz-se apostas para saber quanto vai durar. Alguém entra desse lado?

Aposto que morre um dia a seguir à data limite de entrega para troca. 

1 de março de 2014

Filosofia de algibeira #2 Quem raio é deus?

Desde pequena que ouço falar neste nome, não me lembro sequer de haver alguma altura na minha vida que não soubesse o que era Deus, pelo menos no sentido semântico da palavra. 
Numa viagem de carro do Algarve até ao Alentejo a tardias horas da noite e por isso sem paisagem para observar, arrisquei-me a pisar este campo com o meu companheiro do lado. Respostas houveram poucas, talvez porque ainda não sinto que tenha capacidade suficiente a nível intelectual e espiritual para as encontrar, mas perguntas caíam que nem gotas de chuva. 
Afinal existem vários Deuses ou só um? Estará realmente apenas uma religião correcta da sua fé e as outras todas erradas? Se supusermos que a religião Cristã é a certa, isso significa que todos os islãos, budistas, pastafaris e por aí fora vão para o inferno? Isso não seria um pouco injusto? Porque é que Deus não desce à terra e os avisa que estão errados? E porque é que Deus há-de ser apenas um? E se Este for uma organização de pessoas? Até porque tudo o que é regido só e somente por uma pessoa costuma não funcionar, ou pelo menos não ser justo... E se for uma organização de pessoas, será que a Madre Teresa de Calcutá pertence a esta organização? E Santo Agostinho? E Tomás de Aquino? E? E? E?